terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Amianto: Presidência da Fiocruz repudia interpelação judicial a pesquisador

A Presidência da Fiocruz, emitiu nota repudiando  a interpelação judicial impetrada pelo Instituto Brasileiro de Crisotila, entidade que reúne a indústria do amianto, ao pesquisador e médico Hermano Albuquerque de Castro, que é servidor da Fundação. A Fundação presta solidariedade a Hermano Albuquerque de Castro e lamenta a tentativa de intimidação e de se criar barreiras à liberdade de expressão e de pesquisa científica.

Ação de grandes contra pesquisadores já foi objeto de análise desse blog (ver: http://leonardomesentier.blogspot.com/2011/12/gestao-publica-e-producao-academica.html  ). O assunto de interesse direto de toda a sociedade, pois o bom andamento da pesquisa científica é fundamental para garantir que o Poder Público de fato atue em favor da sociedade.

A questão do amianto remete ao debate sobre o meio ambiente, não na forma que em geral a questão é tratada atualemnte na grande midia, mas numa forma que interessa diretamente a população das cidades. O uso do amianto não vai destruir o planeta ou a biodiversidade ou a camada de ozônio, mas o amianto é cancerígeno; ou seja: o planeta vai sobreviver, a espécie humana também, mas devido a fabticação e uso do aminato muitos humanos vão desenvolver câncer, uma doença que quando não mata traz grandes danos a vida de suas vítimas.

Estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (Iarc, na sigla em inglês) atestam que o amianto é uma fibra cancerígena, assim como a Resolução 348 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que considera ser o amianto um resíduo perigoso e cancerígeno para aqueles que o manipulam. O uso do amianto já está proibido em 52 países.

Essa interpelação judicial no Brasil aparece num contexto em que, segundo a Rede Brasil Atual: a Justiça de Turim, na Itália, condenou a 16 anos de prisão duas pessoas ligadas ao grupo suíço Eternit. Stephan Schmidheiny, herdeiro do grupo, e um administrador da filial italiana, o barão belga Jean-Louis Marie Ghislain de Cartier de Marchienne, foram declarados culpados pela morte de cerca de 3 mil pessoas na Itália, entre eles ex-funcionários ou moradores de quatro localidades onde a Eternit tinha fábricas de produtos à base de amianto. Eles deverão ainda pagar dezenas de milhões de euros em indenizações. Segundo a acusação, eles provocaram uma catástrofe sanitária permanente e infringiram as leis de segurança do trabalho. Além disso, omitiram as informações sobre os danos causados pelo amianto, o que provocou a morte de milhares de trabalhadores.” ( ver:  http://www.redebrasilatual.com.br/temas/saude/2012/02/fabricantes-de-amianto-sao-condenados-a-prisao-na-italia )

Fontes: