sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O Carnaval no Rio de Janeiro.

O carnaval é uma explosão de criatividade artística. Fantasias, músicas, alegorias são renovadas de ano um para outro, necessariamente. Os foliões criam personagens através de fantasias, e assim recriam a si mesmos, refazem suas identidades e promovendo, muitas vezes, a critica social.

Os ranchos, os maracatus, blocos e as escolas de samba são organizações coletivas espontâneas, com a finalidade de principal de promover a troca cultural na sociedade. E, pelo menos em sua origem, são autônomas em relação ao Estado e realizam uma troca gratuita de valores culturais.

O carnaval é a festa do artista popular e da arte popular, por excelência, ainda que os famosos tenham descoberto uma forma de ganhar com situação. Músicos, bailarinos, figurinistas; nas ruas, nos desfiles; com as mais diferentes e surpreendentes fantasias, dissolvem identidades e mecanismos de distinção social. O carnaval se torna, portanto, a festa que possibilita o relacionamento transversal das classes sócias e grupos de renda, na sociedade contemporânea.

O filosofo Adolfo Sánchez Vasquez, estudando a estética de Marx, sugere que a criatividade é o que distingue, a nós humanos, dos outros animais. A criatividade é manifestação do desejo de humanização do mundo. É anti-alienação. É por meio de sua criatividade que a sociedade humana transforma o ‘mundo natural’ em ‘mundo humano’.

Nesse sentido o carnaval é uma grande explosão de humanização do mundo. E é preciso considerar ainda que tudo, no carnaval, converge para uma grande festa de confraternização coletiva, no espaço público.

Explosão de criatividade humana, humanização do mundo, apagamento de distinções sociais, festa popular no espaço público. O carnaval mais que a prova, é a expressão do desejo coletivo de “um outro mundo possível”. É a grande utopia alegre.