sábado, 6 de dezembro de 2014

Lava a jato: as cidades também sofrem com a corrupção

No Brasil convivemos com uma espécie da ‘corrupção legalizada’ que é o financiamento privado de campanhas por empresas. As empresas doam porque doar é investir, e investir dá lucro. Doar para campanhas é uma forma de investimento. Só a proibição do financiamento privado de campanhas eleitorais pode acabar com isso.

Para as cidades isso traz infinitos problemas porque as políticas públicas passam a ser conduzidas por interesses privados: os interesses econômicos de empresas constituem clientelas de políticas publicas, que sustentam bases políticas, que sustentam clientelas de programas governamentais que beneficiam certas empresas.

Os políticos pagam a conta de campanha com má gestão do dinheiro público. Isso é particularmente prejudicial no caso dos preços administrados e subsídios dos serviços das empresas que administram concessões privadas de serviços públicos (transporte, energia elétrica, comunicações, etc).

A solução pra esse caso parece clara: acabar com o finaciamento de campanha por empresas.
Mas além da corrupção legalizada existe a corrupção ilegal, que é aquela onde para superfaturar em contratos as empresas pagam propina. No caso da “Lava a jato” é desse segundo caso que se trata, porque ninguém precisaria do doleiro Alberto Youssef pra fazer doação oficial de campanha.


Esse segundo caso também existe na administração das cidades e pra o remédio e investigação, julgamento e detenção das quadrilhas.