Dentro de um contexto de olimpíadas, pré-sal, e grandes investimentos em beneficiamento e exportação de commodities, na região econômica do Rio de Janeiro, aparecem conflitos urbanos em áreas imediatamente atingidas por essa dinâmica. Nesse sentido, duas noticias foram publicadas pelo Centro Mídia Independente (link: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2010/12/482545.shtml )
A primeira relata que 50 famílias que ocuparam o prédio abandonado do INSS, localizado na Avenida Mem de Sá, 234, ontem pela manhã, dia 13/12, foram brutalmente despejados numa ação conjunta da Polícia Federal com a Militar. Na operação cerca de 10 pessoas foram presas. É a terceira vez que o prédio da Avenida Mem de Sá, 234, é ocupado e desocupado. O INSS sempre faz questão da reintegração de posse, mas essa posse não se traduz em destinação de uso, que traduz a função social da propriedade.
Todos os detidos continuam presos. Segundo informações da advogada da Ocupação, eles serão obrigados a passar a noite numa cela da Polícia Federal, na Praça Mauá. O delegado quer indicia-los por vários crimes, inclusive lesão corporal e seqüestro.
A segunda informa que a Vila Recreio II, na Avenida das Américas, também foi atingida, na noite da quarta-feira, 15/12/2010. Às 19h20 um casebre foi completamente destruído por uma retro escavadeira com grande parte de sua mobília ainda lá dentro. A ação desconsidera a existência de uma decisão judicial suspendendo qualquer demolição na comunidade.
Na mesma operação na Vila Harmonia, a poucos metros dali, foi distribuída uma “notificação” para retirada imediata de todos os moradores remanescentes até a meia-noite de hoje. O clima é de tensão absoluta.
Todas essas demolições ocorrem por conta do projeto de corredor viário Transoeste, uma rodovia de 52Km, com duas pontes, um viaduto, um túnel passando dentro de um Parque Estadual (Unidade de Conservação e Proteção Integral) e é financiada pelo BNDES.
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