A crise: ambiental, nas cidades, nos transportes.
Nos dias atuais não é possível pensar o futuro das cidades sem levar em conta o problema ambiental. Vivemos uma crise ambiental e é muito provável que o modo de urbanização tenha que se transformar, em suas características básicas, para reduzir seus impactos sobre as condições ambientais da vida em sociedade.
Nos dias atuais não é possível pensar o futuro das cidades sem levar em conta o problema ambiental. Vivemos uma crise ambiental e é muito provável que o modo de urbanização tenha que se transformar, em suas características básicas, para reduzir seus impactos sobre as condições ambientais da vida em sociedade.
Dentro dessa perspectiva e considerando o sistema de transporte é um dos traços fundamentais do modo de urbanização, é relevante, para as cidades, repensar o seu sistema de transporte.
Nos últimos 60 anos, as políticas públicas no Brasil priorizaram um sistema de transporte rodoviário e dentro dele o automóvel, cuja propriedade se tornou um símbolo de sucesso para pessoas e famílias. Ao mesmo tempo se concedeu ao transporte público de massa um tratamento de segunda classe. O sistema de transporte coletivo tornou-se desconfortável e incorporou a marca da segregação social.
Nos últimos 60 anos, as políticas públicas no Brasil priorizaram um sistema de transporte rodoviário e dentro dele o automóvel, cuja propriedade se tornou um símbolo de sucesso para pessoas e famílias. Ao mesmo tempo se concedeu ao transporte público de massa um tratamento de segunda classe. O sistema de transporte coletivo tornou-se desconfortável e incorporou a marca da segregação social.
Mas considerando a questão ambiental, é possível prosseguir priorizando um sistema de transporte baseado no uso em larga escala do automóvel? Ainda que se possa argumentar que o uso de biocombustíveis resulta em menor impacto ambiental, não se pode deixar de considerar que um sistema de transporte baseado no transporte individual resulta em maior impacto ambiental que o sistema baseado no transporte coletivo.
Uma das diretrizes para reduzir os impactos ambientais do modo de urbanização é, portanto, a ampliação do uso do transporte coletivo. Coloca-se então a questão: como deve ser o sistema de transporte coletivo para que o automóvel fique em casa?
Frente à crise ambiental, pensar um modo de urbanização compatível com o desenvolvimento sustentável, é pensar em soluções baseadas no transporte de massa de boa qualidade e baixo preço. Permanecendo os transportes coletivos como hoje, será difícil que os que tem condições de andar de automóvel deixem seu carro em casa.
Só para se ter uma ideia do quanto se tem caminhado no sentido oposto, na cidade do Rio de Janeiro, enquanto caía a qualidade do metrô, como apontou a reportagem do Globo do ultimo fim de semana, o preço da passagem mais barata chegava R$ 2,80. Considerando que um carro popular faz 10 quilômetros com um litro de gasolina, e que o litro de gasolina custa R$ 2,70, qualquer deslocamento inferior a 10 quilômetros fica mais barato se for feito de carro. Significa dizer que no Rio de Janeiro, partindo-se da a Zona Sul ou da Tijuca, é mais barato chegar ao centro de automóvel, que de metro.
Resumo: o sistema de transporte esta andando na contra-mão do desenvolvimento sustentável das cidades.