No Brasil convivemos com
uma espécie da ‘corrupção legalizada’ que é o financiamento privado de
campanhas por empresas. As empresas doam porque doar é investir, e investir dá
lucro. Doar para campanhas é uma forma de investimento. Só a proibição do
financiamento privado de campanhas eleitorais pode acabar com isso.
Para as cidades isso
traz infinitos problemas porque as políticas públicas passam a ser conduzidas
por interesses privados: os interesses econômicos de empresas constituem
clientelas de políticas publicas, que sustentam bases políticas, que sustentam
clientelas de programas governamentais que beneficiam certas empresas.
Os políticos pagam a
conta de campanha com má gestão do dinheiro público. Isso é particularmente
prejudicial no caso dos preços administrados e subsídios dos serviços das
empresas que administram concessões privadas de serviços públicos (transporte,
energia elétrica, comunicações, etc).
A solução pra esse
caso parece clara: acabar com o finaciamento de campanha por empresas.
Mas além da corrupção
legalizada existe a corrupção ilegal, que é aquela onde para superfaturar em
contratos as empresas pagam propina. No caso da “Lava a jato” é desse segundo
caso que se trata, porque ninguém precisaria do doleiro Alberto Youssef pra
fazer doação oficial de campanha.
Esse segundo caso
também existe na administração das cidades e pra o remédio e investigação,
julgamento e detenção das quadrilhas.