terça-feira, 23 de abril de 2024

Patrimônio é desenvolvimento

 Gostaria de compartilhar o meu artigo, que trata da questão do desenvolvimento e do patrimônio cultural. Espero que gostem. Link: https://ojs.studiespublicacoes.com.br/ojs/index.php/cadped/article/view/3329

quarta-feira, 17 de abril de 2024

O quê é urbanismo?

 

Apresento no link uma comunicação que fiz sobre urbanização e urbanismo, que está disponível no canal "Ponto de Partida das Ideias", no YouTube, com o titulo  "O quê é urbanismo?"

link: https://www.youtube.com/watch?v=R_oq4l9taJ4 

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

A reestruturação produtiva e a cidade

A reestruturação produtiva e seus impactos sobre a cidade não são novidade, basta recordar a forma como as cidades foram impactadas pela revolução industrial que se iniciou em fins do século XVIII. A atual reestruturação produtiva se dá acompanhando a crise do fordismo, a partir do final da década de 1960, e  vem produzindo vários impactos sobre a cidade.

Um dos primeiros impactos da reestruturação produtiva que gerou desdobramentos urbanísticos foi o impacto dos containers sobre as áreas portuárias. O container não só afetou a mão de obra portuária, com desdobramentos sobre as áreas urbanas que abrigavam os grupos sociais vinculados a atividade portuária, como também afetou todo o processo de armazenamento de mercadoria nessas áreas, com consequente impacto sobre edificações e áreas urbanas ligadas ao armazenamento de cargas nos portos. “Os portos de Boston, Nova York, Baltimore, Roterdã, Amsterdã, Londres, Buenos Aires, Asntos e dezenas de outras cidades passaram por processos muito similares” [1]


Este processo se desdobrou em políticas urbanas, dando origem a processos de intervenção urbana. O caso de Baltimore (EUA) é visto como paradigmático, mas seguem-se outros como os casos Docklands, em Londres, Puerto Madero, em Buenos Aires, até o recente caso do “Porto Maravilha”, no Rio de janeiro. Essas intervenções se associaram a ideia de revitalização do “waterfront” das cidades.


Mas quando se fala da recente em reestruturação produtiva não se pode deixar de mencionar os computadores e a internet. Sim, computadores não são tudo no processo de reestruturação produtiva, mas os computadores e a internet desempenharam um papel importante nesse processo a partir da década de 80 na década de 90. Logo de inicio profissões como a dos datilógrafos sofreram grande impacto e acompanhando esse impacto houve uma redução significativa das áreas ocupadas por escritórios. Com a combinação da internet foi a vez de atividades como a dos bancos se reestruturarem. Esse processo afetou a contabilidade bancária com impacto sobre empregos e instalação dos bancos. Logo em seguida surgiram os caixas eletrônicos  que foram colocados dentro de farmácia do supermercado, espalhados pela cidade. Tudo isso com grande impacto sobre a localização das atividades urbanas nas cidades.

Ainda nos anos 1990 começa a se desenvolver o comércio via internet, atingindo de modo geral o “comércio de rua”. A Amazon Foi fundada em 1994. A empresa começou como um mercado online de livros, mas expandiu-se para vender eletrônicos, software, videogames, vestuário, móveis, alimentos, brinquedos e joias. Em 2015, a Amazon superou o Walmart como o varejista, nos EUA. O comércio via internet não afeta apenas as lojas comerciais, mas também a localização de produção. Um livro, escrito em inglês, pode ser produzido no Canadá e vendido aos EUA ou ao Brasil.

Na década inicial dos anos 2000 a internet e os computadores e celulares deram início a uma nova mudança que atingiu a difusão de produtos culturais, de jornais a shows musicais. Plataformas como podcast (2004), facebook (2004), youtube (2005), spotyfy (2008). No mesmo período lojas de aluguel de DVD para filmes, lojas de CD e livrarias foram também atingidos progressivamente, por essas plataformas e pelo comercio pela internet.

 Nesse período, jornais e revistas, por exemplo, passaram a ser veiculados pela internet, agora também a celulares que acompanham as pessoas em toda parte, atingindo toda a cadeia produtiva de jornais e revistas, da distribuição na banca de jornal, a fábrica de papel, passando por gráficas onde se realizava a impressão. E tudo isso trouxe consequências para a cidade, na medida em que produzem um esvaziamento econômico daquelas áreas onde se localizam as atingidas por esse processo, bem como as áreas de residência dos grupos sociais vinculadas a essas atividades.

O impacto do covid-19 o Home Office deu um salto no processo de transferência das cadeias de trabalho para a internet, atingindo fortemente as áreas centrais das cidades e processo de mobilidade urbana. Esta nova mudança aponta para uma reestruturação em grande escala sobre a localização do trabalho intelectual nas cidades, inaugurando uma nova fase de organização do trabalho no território.

 


[1] ver: A revitalização das Docklands londrinas. Guerra, Abilio, in: VITRUVIUS, Resenhasa online, 2005 – Link: https://vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/04.040/3159 )

 

 

sexta-feira, 23 de julho de 2021

O que esperar para o Centro do Rio de Janeiro

 Convido a ouvir o podcast da CRECI - Conselho Regional de Corretores de Imóveis, onde tive a oportunidade de debater com o Presidente do Cau, Pablo Bennetti, o  projeto "Reviver Centro" foi aprovado recentemente pela Câmara Municipal do Rio.

Link:  https://open.spotify.com/episode/0qxVrssmxWaFG0iVzQcXY8

domingo, 2 de maio de 2021

Brasília e o Desenvolvimentismo: a importância das representações culturais para os caminhos do desenvolvimento.

Debate realizado no instituto Casa Grande  tendo como tema é "Brasília e o Desenvolvimentismo", com: - Rosa Freire D’Aguiar, do Conselho Deliberativo do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento; -  Leonardo Mesentier, arquiteto do Centro Lucio Costa Iphan/Unesco e professor da EAU e do PPGAU/UFF; - Ricardo Bielschowsky, economista, trabalhou na Cepal/ONU (1991~2011) e é professor do Instituto de Economia da UFRJ. A abertura foi feita por Saturnino Braga, presidente do Instituto Casa Grande (ICG). A mediação ficou a cargo de Marcelo Barbosa, diretor-executivo do ICG. Esse ciclo de debates marca a parceria do Instituto Casa Grande com a Casa de Leitura Dirce Côrtes Riedel, da UERJ, e a celebração dos 50 anos do histórico Teatro Casa Grande.

https://www.youtube.com/watch?v=57fRBKtdplo

quarta-feira, 24 de março de 2021

Planos urbanísticos e a configuração do Centro do Rio de Janeiro

Divulgando a palestra sobre Planos urbanísticos e a configuração do Centro do Rio de Janeiro, na perspectiva de longa duração: da virada para o século XIX à virada para o século XXI. A palestra se realizou como parte do Ciclo de Palestras na Estácio sobre a questão dos Planos para O centro do Rio de Janeiro.

https://www.youtube.com/watch?v=6zanyaQaTa0


domingo, 14 de fevereiro de 2021

O PATRIMÔNIO E A RELEVÂNCIA DO AMBIENTE URBANO PARA O TURISMO

 Publiquei o artigo O PATRIMÔNIO, O TURISMO, E O DESENVOLMENTO DAS CIDADES: A RELEVÂNCIA DO AMBIENTE URBANO PARA O TURISMO, que compartilho aqui no blog pelo link: https://www.editoracientifica.org/articles/code/210102838?fbclid=IwAR0hqjxgdrLLlwFkqlq0hjdn1ZAApC2p5oCGRxtAFCVyspSjnHUox6cmnBY

 Resumo

O turismo se tornou um fenômeno relevante para o desenvolvimento das cidades, regiões e países, na contemporaneidade. A relevância da questão do turismo, para a reflexão acadêmica e para a política urbana, está relacionada ao aumento do peso econômico do sector do turismo, frente à outras atividades produtivas, indicando que o turismo se tornou uma atividade dinâmica da economia mundial. Esse artigo busca analisar o desenvolvimento do turismo nas capitais brasileiras, tendo como referência aquelas que abrigam sítios integrantes a lista do patrimônio mundial da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura). O artigo parte da ideia de que a experiência turística envolve a infraestrutura turística, os atrativos turísticos, mas também, no caso das cidades, o ambiente urbano, que atua como envoltório e mediador da vivência de uma experiência turística. Em seguida faz uma análise da participação relativa do turismo nas capitais brasileiras. A partir dessa análise o estudo argumenta que o desenvolvimento do potencial turístico brasileiro passa pela melhoria da qualidade do ambiente socioterritorial das cidades e que a preservação de seu patrimônio cultural é um elemento chave para a melhoria deste mesmo ambiente socioterritorial.

sábado, 31 de outubro de 2020

Projeto de urbanismo em áreas patrimoniais e o desenvolvimento das cidades

No dia 21 de outubro de 2020 tive o prazer e a honra de participar de um webinário promovido pelo Núcleo de Juiz de Fora, com o tema «Reflexos da requalificação no Centro Histórico». A mesa foi coordenada pela arquiteta Aline Assis de Andrade Cruz, doutoranda em Urbanismo pelo PROURB-UFRJ, bolsista/pesquisadora CAPES e professora substituta do Departamento de Projeto Arquitetônico da FAU/UFRJ,  e contou comigo, Leonardo Marques de Mesentier, Professor do PPGAU e da EAU Uff, com o Professor Cristovão Duarte do PROURB e da FAU_ UFRJ e com o Professor Marcos Olender professor titular da Universidade Federal de Juiz de Fora.

A minha fala procurei enfatizar o papel do projeto de urbanismo em áreas patrimoniais no desenvolvimento das cidades.

 O registro do seminário pode ser acessado no link: https://www.youtube.com/watch?v=aj4_nQ9ffPs



sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Urbanismo: historia, doutrina e teoria

 A prática sem teoria não passa de uma ação ignorante e a teoria sem prática não passa de uma metafísica sem propósito. O que é importante, portanto, é encontrar uma teoria que sirva prática e uma pratica teoricamente orientada.  Na verdade,  quando se trata do urbanismo, a pratica é, muitas vezes, também orientada por uma doutrina. Pode-se de forma simplificada dizer que em relação a certo fenômeno ou estrutura social, a historia esta preocupada em revelar “como foi que se deu seu desenvolvimento”, que a teoria se coloca a questão de “como este fenômeno ou estrutura  é”, e as doutrinas se voltam para a questão de “como ele deve ser”. 

Vale lembrar que para o antropólogo Claude Lévi-Strauss(1908-2009) e que marca o processo de constituição da cultura, entendo a cultura como traço que diferencia os humanos das demais espécies, é o aparecimento de normas que, expressando a vontade coletiva se sobrepõem as vontades individuais e instintos (Laraia,1986:56) . Essa passagem nos indica o quanto é importante para a sociedade o seu processo de desenvolvimento moral e normativo. Este processo está fundado não só em teorias mas também em doutrinas que antecipam uma transformação social.

Nesse sentido é preciso considerar que o projeto de urbanismo e o planejamento urbano, enquanto instrumentos que visam antecipar uma transformação social, tendem a ser orientados não só por teorias e pelo conhecimento da historia, mas também por doutrinas. Projetar e planejar são ações normativas, ou seja, a ação do urbanista não esta simplesmente baseada naquilo que a cidade contemporânea é,  mas ela também é uma ação com propositiva e normativa, no sentido de indicar aquilo que a cidade deve ser.

O plano e o projeto são atividades que tem por objetivo gerar uma realidade que ainda não existe e, portanto, são sempre de alguma forma fundamentados em doutrinas, que constituem princípios normativos; e esses princípios normativos são o fundamento ético do plano e do projeto, e devem ser enunciados com clareza e transparência, para que a ação do urbanista seja compatível com vida democrática.

O urbanismo como disciplina e pratica social se alimenta, portanto,  dos conhecimento que a historia produziu, das  teorias sobre a cidade, a urbanização e o próprio urbanismo, e de doutrinas que visam orientar a formação da cidade, a partir de proposições de natureza ética e moral.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Patrimônio e Desenvolvimento


Palestra realizada na EAU da UFF sobre Patrimônio, segregação e desenvolvimento,na cidade contemporânea.
Link do seminário apresentadohttps://youtu.be/Ov3DtYgApQE